Ele queria, mas não falou. Ela lia e não reparou. Ele ouvia conselhos que quem quer, não pode demonstrar, e, enquanto ele pensava, ela se levantou. Ela passou por ele, e não o olhou. Ela queria, mas não falou. Disseram pra ela que o homem tem que tomar atitude e que mulher não pode ser fácil. Enquanto ela preocupava com julgamentos, ele passou. Como eles não agiam, o destino resolveu ajeitar as coisas e eles trombaram. Olharam-se, riram, e se apresentaram. Nomes ditos, telefones trocados, foram embora, com rostos corados. Ela olhava o telefone dele, mas não queria ligar, se ele quisesse, ele que ligasse. E por comodismo, ela não telefonou. Ele ensaiou varias coisas pra dizer. Achava que uma menina bonita nunca sairia com ele. E por medo do não, ele não ligou. E o tempo passou. E se encontraram em uma balada, por mais uma obra do destino. Beijaram, conversaram muito. Ele a convidou pra ir pro seu apartamento, mas por medo do que as amigas iriam pensar, ela não foi. No outro dia ela se arrependeu, mas por orgulho, não ligou. E ele feliz por ter beijado aquela linda mulher. Ele pensou em ligar, mas um amigo falou pra ele dar um tempo, se não ia parecer empolgação. E por um conselho, ele não telefonou. E o tempo passou. E o destinou agiu pela ultima vez, e eles se encontraram por acaso. Ela de um lado da rua, ele do outro. Ela queria gritar por ele, mas a voz embargou. Ele queria correr e abraça-la, mas o pé pesou! Olharam-se, ele estufou o peito, e quando criou coragem, o pai dela chegou e ela entrou no carro. E o destino pensou: Mais um casal que se perde, por causa desses jogos idiotas. É muita regra, pra pouco amor. Como seriam mais felizes se as vontades não tivessem que pedir desculpas para sociedade!
Autor: Luiz Felipe Paz
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