quinta-feira, 29 de maio de 2014

Inseparaveis!


Tem gente que faz bem pra gente só de estar ali. Gente do bem, que não quer seu mal, mas tem uma palavra dura, quando você precisa ouvir. Gente boa, de sorriso fácil, que ouve seus desabafos com aquela cara de atenção, sem olhar pra mais nada, e fica calado. É seu momento de falar, e ele escuta. Quer pessoa melhor do que aquela escuta a gente? No fundo tudo que a gente quer é ser ouvido, raramente os conselhos são assimilados. Não importa o que aconteça, pra onde você vá você sabe que ela vai estar ali. É a pessoa que você pensa, quando acontece algo que te deixa muito feliz e você precisa compartilhar. Aquela pessoa que compartilha com você a musica preferida. Vocês escutam e lembram um do outro. São completamente diferentes, mesmo que pareçam pensar iguais em muita coisa. Vocês são inseparáveis. Ele dorme na sua casa e nem pede. É só um “rei, hoje vou dormir ai tá!” E você nem liga, sua mãe, que pra ele é tia, adora aquele cara. Ela sabe da importância que aquela amizade tem pra você. Vocês ficam horas em silencio e aquele silencio não é constrangedor. Quer prova maior de amizade, do que o silencio não constrangedor entre duas pessoas? Vocês conversam pelo olhar, e com o olhar sabem das mentiras e medos do outro. Vocês mentem um pelo outro e nem precisam combinar nada. É surreal a sintonia entre vocês. Vocês estão sempre devendo dinheiro um pro outro. Paga quem tem e foda-se quanto deu. Depois, outro paga e vamos assim. Sé é junto que estamos juntos caminharemos. Eu contigo e tu comigo. É amizade nessa porra. Não preciso concordar com você e vou te falar, caso não aprove suas atitudes. Você vai errar comigo mil vezes, eu contigo e vamos nos perdoar. Perdoar é a grande prova de amor. Gostar do perfeito é fácil demais. Por isso, essa relação demorou anos, pra levar esse nome: AMIZADE. Vocês passaram por coisas demais juntos. Puxar na memoria uma lembrança que não tenha ele, é difícil. Cara, como vocês riram nesse tempo, como construíram coisas e ajudaram um ao outro a construir sonhos. Os sonhos de vocês são quase os mesmos. A Família dele é a sua segunda e suas roupas, um monte estão na casa dele e seu armário é cheio de roupas dele. Você sabe que ele não gosta do catupiry na pizza e ele sabe que você odeia açaí. Sabe que se o time dele perder, melhor nem falar com ele, mas mesmo assim você manda aquela mensagem que ele vai odiar. Implicar um ao outro é a forma que demonstram carinho. Você percebe que raramente falam que se amam. Você vai descobrindo que falar não é tão necessário, existem outras formar de demonstrar isso. E percebe, nos abraços, nas coisas que ele já fez pela sua amizade e você pela dele, que o amor é certo ali. Vocês são amigos, daqueles amigos tão amigos que não precisam ficar falando, gritando e provando pros outros. Vocês se dão bem, são do bem e querem o bem um do outro. São pessoas que sabem que o tempo vai chegar, e muito provavelmente vão se afastar, se distanciar. Vocês estão crescendo, estão cada vez mais sem tempo de terem tempo um pro outro. Só que aquela certeza, que sempre foi certeza, nunca saiu de vocês, vocês vão ser melhores amigos pro resto da vida. Você vai mostrar, depois de anos sem ver aquele cara, as fotos pro seu filho, e um filme de lembranças vai passar na sua cabeça, e seu menininho vai perguntar “quem é esse papai, que tá em todas as fotos com você” Você vai esfregar o olho e dizer, “esse filho, é o cara que ajudou o papai a ser quem ele é hoje. Meu irmão que não é de sangue, mas é de coração, e essa ligação o papai não esquece nunca mais”!


Autor: Luiz Felipe Paz

terça-feira, 27 de maio de 2014

Permita-se



Se permitir. Essa é a lei. Se permita, e vai. Véi, vai. Não é todo dia que o amor bate à porta. Não é todo dia que experiências boas pedem para serem vividas. Se permita amar. Dúvidas você vai ter sempre, e isso é bom, ter dúvidas é a certeza que você vai procurar sempre respostas. E procurar sempre respostas é uma puta maneira de viver. Quer saber? Não escute opiniões. Se você ama, se permita ser feliz com quem você quer! Os solteiros vão querer você sempre solteiro. É assim, cada um luta para ter mais gente na sua tribo. E, molequinho, eu sei como é bom ser solteiro. Balada, bebidas e sexo fácil, a qualquer momento. Porra, é do caralho. E nem é errado viver isso. Só que, se ela te faz bem, te faz feliz e tá querendo se jogar contigo, tu vai negar pra que? Por vergonha e medo dos seus amigos? Que amigos são esses que não tão contigo nas suas decisões e escolhas? Cara, pára! Não troque o certo e a certeza de uma experiência extraordinária, pelo medo de julgamentos. O cara que tem medo de ser ridículo, nunca vai encontrar sua essência. Não, calma aí, será fácil? Não vai ser! Vocês vão se conhecer como casal, vão ter defeitos e vão se irritar facilmente com algumas manias bobas. Vai dar uma vontade louca de desistir e, mesmo assim, você vai querer estar ali. Vai ser intenso, vai ser maluco, mas vai ser uma delícia. Acredite, o sexo vai ser tão voraz que você vai achar tão sem sentido todos os outros que já fez. Vai ser uma porção de descobertas, uma entrega diária. É conquistar todo dia e se deixar conquistar. É se permitir, se deixar levar. Sabe aquele papo de soltar o corpo, fechar o olho e acreditar que o outro vai te pegar? Sim, ela vai te pegar e você vai pegar ela, confiar no outro para enfrentar os problemas. É junto que vocês vão caminhar. Vão ter sonhos diferentes, e cada um vai batalhar pelo seu futuro, mas vão enxergar um futuro juntos. Vocês vão ser amigos, melhores amigos e vão viver coisas maravilhosas juntos. Vão dar liberdade para o outro viver e voltar quando quiser. Vai rolar muito ciúmes, vai ter gente torcendo contra, deixa pra lá. Inveja só afeta quem deixa afetar. Não afastem dos amigos e tenham momentos com eles. Somem amizades, somem famílias e somem histórias. Somem sonhos, somem forças pra lutar. Se permita, meu amigo! Se permita viver as melhores coisas da sua vida e ter alguém para dividir. Alguém que cuida de você, te pega no colo quando você não tiver forças para lutar. Se permita amar, é brega pra caramba, mas é a melhor sensação do mundo! E, se der medo, vai com medo mesmo. Se tiver dúvidas, conversem sobre elas. Um conselho? Seja feliz e que se dane o resto! Autor: Luiz Felipe Paz

quinta-feira, 22 de maio de 2014

O que eu procuro?

O que eu procuro? Estar em paz comigo, com minhas opiniões, com minhas ações e com as pessoas que eu gosto. Paz interior, esse é o segredo. Essa onda louca de viver por viver, viver pelos outros, viver o que os outros vivem, o que a sociedade lhe impõe e as pessoas te cobram, não tá com nada. Viva pra você, viva bem; busque, antes de qualquer coisa, a sua essência. Busque o seu bem estar, a sua alegria e a sua realização. Não viva sonhos dos outros! Não queira agradar todo mundo. Algumas pessoas nunca se dão por satisfeitas. Abrace quem você sentir vontade, e solte quando sentir necessidade. Escute mais do que fala. Olhe nos olhos. Encare a pessoa, sinta verdade nas palavras que vêm dela. Não fale por falar, só pra agradar. E, se for magoar, não fale também. Entenda uma coisa: seu ódio, seu rancor só fazem mal pra você, e pra mais ninguém. Perdoe, aprenda que perdoar é lavar a alma todos os dias. É sentir leveza, se sentir livre! Liberdade de sentimentos. Não seja refém da carência, não se sinta só nunca, se você procurar bem, vai ter sempre um ombro amigo pra te acolher e te confortar! Quem acha você é o amor, não o contrário. Pare de procurar. Deixa ele te encontrar. Tenha animais por perto e aprenda a admirar a pureza das crianças. Seja fiel às suas ideias, e não se venda por nada. Seja inteiro em qualquer coisa que você for fazer, gente pela metade não enche nada e não completa ninguém. Tenha gente inteira perto de você. Tenha dinheiro, ter dinheiro é bom, mas não faça dessa busca uma impiedosa tortura da sua vida. Tenha sucesso profissional, mas não derrube ninguém para conseguir o que quer. Colecione amigos, colecione pessoas boas. Estender a mão e não colocar o pé. Só faça aquilo que você possa ser intenso. Aguente o tranco, às vezes, abrir a janela é aguentar o vento forte. Esteja pronto pra arrumar a bagunça. Não brinque com os sentimentos dos outros, por melhor que seja pro seu ego! Tudo, tudo que você for fazer, faça com um sorriso no rosto!
Sabe do que eu gosto? Gosto de quem se entrega, de quem cuida e não faz esforço para cativar. Quem não faz doce para sorrir, quem não pede nada para ajudar alguém. Quer coisa melhor do que pessoas que vivem felizes e de bem com a vida. É meio natural: quanto mais você reclama, mais problemas você tem. Pode olhar aí, nas suas redes sociais, repara comigo. Tem pessoas que toda semana estão dando indiretas para alguém ou reclamando da vida injusta que levam. Será mesmo que aquela pessoa é tão desgraçadamente privilegiada de problemas? Ou ela repara o que de ruim acontece? Na boa, quer reclamar, vai pra lá. Eu tenho um certo fascínio com os otimistas, com quem brinca com as situações desagradáveis e riem. É tão simples que me espanta não perceberem: é tudo questão de escolha, lamentar não resolve problema nenhum e rir torna tudo mais gostoso. Pára, analisa, acha graça, tira o peso e resolve. Simples! Gente bem humorada tem minha admiração. Deixa eu gostar de todo mundo e achar graça dos meus tombos. Quer reclamar, que seja, só não vem querer me contagiar com sua chatice crônica. Tô ocupado demais sendo feliz e sorrindo para preocupar com gente que rasteja por aí, fingindo que vive!

Autor : Luiz Felipe Paz

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Só valer a pena!

Vamos dividir? Um guarda chuva, um pão de queijo e minha cama? Vamos nos dividir? Multiplicar nossos sonhos, somar nossos desejos, e subtrair nossas roupas? Vamos nos entregar? Se jogar de cabeça, abrir os braços e deixar a vida guiar? Vamos nos abraçar, braços entrelaçados, corações grudados e corpos desenhados para o encaixe perfeito! Vamos nos cobrir? Com um cobertor, uma porção de amor, com a paz interior. Nos cobrir de beijos! Vamos nos descobrir? No sexo, nos sabores e nas entregas, onde cada um está afim de ir. Vamos jogar? Brincar de se entregar, fazer o outro rir, para depois gargalhar. Vamos nos apaixonar? Pisando lentamente, cada um, sem consequência, só um pé e depois o outro, eu seu chão, você o meu. Sem cobranças, sem ciúmes, sem mentiras e sem mistérios. Só nós dois, fragmentos inteiros de uma soma de interesses. Uma soma de vontades. Uma entrega total de corpos, de palavras e de ações. Emoções somadas, amarradas no coração, presas pela vontade louca de estar perto e estar juntos. Livres pra ir, mas querendo ficar. Liberdade incondicional de sentir. Sinta até onde quiser, até onde puder. Vamos nos ajustar: agendas, ajustar tempos e ajustar lugares. Vamos nos ajustar em erros, em vacilos e lamentações. Um é ponto de equilíbrio do outro. Dou-te a mão e te levanto, te guio quando não puder enxergar. É confiar. Fechar o olho e ir, sorrindo, para onde o outro for! É música para dançar colado, rosto grudado, beijo molhado, sorriso safado eu tarado e você feliz. É pedir bis, pedir arrego, pedir sossego, é ser sincero, ser inteiro. Ser intenso e não ser quem você não é. É não ter medos de errar, não ter medos de julgamentos e não ter medos de ser pego. Mas morrer de medo onde isso tudo vai dar. Vai com medo, vai na fé, vai até onde der. Mas vai... vamos! Juntos! Porque é assim, cada um no seu tempo, cada um no seu momento, mas com a certeza de que vamos, não sei para onde, mas sei que vamos juntos, mãos dadas e sorriso no rosto, corações colados, olhares vidrados e uma vontade enorme de fazer dar certo ou só valer a pena!
Autor: Luiz Felipe Paz

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Mundo de aparencias!

Minha alma grita por mim. Me chama, pedindo socorro. Uma solidão incontrolável me domina, sinto alguma coisa que não consigo explicar. Tenho uma angústia doída dentro do peito, que parece lamentar a falta de conteúdo de algumas pessoas. Olho ao meu redor e, vejo a mesmice multiplicada. As pessoas estão perdidas num mundo onde os sentimentos foram banalizados, o sexo virou coisa qualquer e beijo na boca virou competição. Um mundo das redes sociais, onde se socializar virou coisa rara. As pessoas não se olham nos olhos, não se tocam mais, com a mesma verdade de outros tempos. Por mais hipocrisia que seja, as pessoas não se curtem mais, não compartilham mais abraços. É uma solidão total, salva por uma tela de celular e vários amigos virtuais, que amam todo mundo e fazem questão de divulgar isso com belos textos e fotos bonitas. A gente tá vivendo no mundo da aparência, onde o sentimento verdadeiro só vale se o mudo vê. As pessoas tão perdidas, procurando respostas no Google, e esquecendo que têm coisas que nenhuma tecnologia pode nos dar! Está todo mundo esquecendo que a gente vive por momentos, que são eles, e só eles, que a gente leva. Não adianta essa ostentação toda de bens e de conquistas, você leva os momentos que você vive, com as pessoas que você gosta. Não, amar não é provar para o mundo, arrotando palavras no seu Facebook. Amar é cuidado, é entrega e carinho. É perdão, é conhecer defeitos, é conhecer o lado ruim e amá-lo. Amar é tempo, e leva tempo. Que mundo é esse em que as pessoas estão ouvindo música tão alta que não conseguem ouvir o pedido de ajuda de alguém que precisa? Que mundo é esse, que o que eu tenho vale mais do que eu sou? Cara, não é possível que os valores tenham se invertido tanto e que os amores não sejam tão amores como deveriam ser! Na era do fast-food, que se come e joga fora, as pessoas têm, cada vez mais, vivido assim as suas relações pessoais. Minha alma suplica por abraço, quer atenção. Minha mente quer conversas boas, com vários assuntos. Quero pessoas que estejam preocupadas com os outros, que demonstrem sentimentos bons, que pegue na minha mão e me leve pra viver. Eu quero momentos para guardar comigo. Não posso estar sozinho nessa! Ouço, ao fundo, os gritos dos que não fazem parte dessa gente chata que fala dos mesmos assuntos e divulgam a escrotidão. Ouço berros de gente que quer conteúdo, que quer música boa e uma roda de amigos. Ouço muita gente do bem, que não se importa com quantas curtidas o mundo te dá. Que não se importa com quantos seguidores você vai ter. Quero gente que saia feia na foto, ou que nem saia na foto, porque tá aproveitando de mais a vida para poder registar! Autor: Luiz Felipe Paz

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Deixa arder!

Eu não quero muito. Só quero uma pessoa louca. Cansei de gente certinha demais. Nada contra, mas eu estou querendo pimenta na comida. Deixa arder! Cansei de comida insossa e sem gosto. Quero cor nos meus dias. Quero quem me faça sair desse marasmo que é a rotina. Vida, vida e vida. Quero quem coloque vida na minha vida, acrescente histórias. Cara, você não tem noção de como é bom ter gente maluca por perto. Eu sou estranho, eu sei. Mas gosto de gente que fala palavrão mesmo, xingar quando tem vontade, mas te abraçar sem você esperar. Gente sincera, gente que transborda intensidade. Acho que a palavra é essa. Quer viver loucuras comigo? Seja intensa. Quero quem topa uma balada sinistra, que curta a música e cante alto, que dance sem preocupar com julgamentos. Quero quem racha a conta e, quando não tem grana, pede emprestado e não tem pudor. Quero peito aberto para as propostas que o destino traçar. Que tope uma cachoeira, água gelada, uma barraca, um violão e um papo bom madrugada adentro. Que ria de mim, que me faça rir e ria das pessoas. Quero gente que me critique, que me elogie e que faça o que for verdadeiro. Pode me magoar, mas seja sincero consigo, seja sincero com seus sentimentos e com seus princípios. Prefiro o tapa na cara do que o tapinha nas costas. Quero boteco, copos americanos e virar cerveja, ficar bêbado e falar mal dos outros. Quero intensidade. Intensidade nos abraços, nos beijos e nos carinhos. Intensidade na mordida nos lábios, nos arranhões nas costas e nos orgasmos. Se for de mentira, prefiro que não goze. Prefiro que não pule, prefiro que não ria e que não se arrume pra sair. Eu quero verdade e intensidade, gente louca que tope tudo, pule na água gelada e chame os amigos só pra sacanear. Se for pra rir, tá valendo. Quero rir, de dar dor na barriga e cãibra na bochecha. Então, quero verdade, intensidade e uma dose de bom humor. Quero quem tá fechado e, se der merda, dar merda pra todo mundo. O esquema aqui é assim, quando eu fecho, vou até o fim. Então, quero alguém que aceite abrir mãos de algumas coisas pelo grupo, pelos amigos. Quero gente amiga e companheira. Gente que dá a mais na vaquinha só pra todo mundo ficar bem. Quero quem participa das loucuras, mas enfrenta as consequências juntos. Então, eu quero intensidade, verdade, bom humor e parceria. E só os loucos aceitam ser assim. Não é fácil. Bixo, tu aceitar se entregar de mente e alma, já é uma loucura, você ter bom humor constante, é loucura. Você ser intenso nos sentimentos e verdadeiros nas atitudes, é loucura. Hoje em dia tá tudo tão estranho, que o louco é só aquele que é verdadeiro e correto com os outros. Então, eu só peço uma pessoa que seja louca e que tope comigo as loucuras que eu topar. Que me apresente as suas loucuras, que ria das minhas piadas e me conte coisas novas. Quem me faça ouvir outras músicas, ver filmes novos e livros que nunca li. Quero marcas nos joelhos das travessuras que a gente aceitar. Quero, enfim, quem passe por mim e deixe marcar, deixe rastros e ensinamentos. Quero quem alimente minha alma a tal ponto, da mente sentir saudades e o corpo sentir vontade de estar sempre por perto. Quero paz, sossego, sorrisos e positividade. Quero intensidade, verdade e bom humor. Quero amor. Acho que é isso, quero alguém que faça arder, igual pimenta. E quando não tiver mais loucuras pra viver, a gente inventa.

Autor: Luiz Felipe Paz



quinta-feira, 8 de maio de 2014

História moderna!



Ele, um moleque largado, sempre com bermuda, uma camiseta larga e um boné pra trás; e um carro velho, comprado com dinheiro suado do trabalho pesado que ele tem. Um cara simples, bem humorado e boa praça. Sempre cheio de amigos, sempre pronto pra fazer tudo por todo mundo. Um cara que bate no peito e diz “me apaixonar? Só se for pela vodca”. Ela, uma guria linda, com roupas de grife, maquiagem e salto alto. O carro que o pai deu, quando ela passou pra faculdade de direito. Uma menina que estudou diversos idiomas, visitou vários países e o pai dá tudo que ela quer. Ela bate no peito e diz “me apaixonar? Não tenho tempo pra essas bobeiras”. Ele e ela, opostos em pensamentos. Ele frequenta a igreja dia de domingo, acredita em Deus e faz dele seu guia. Ela não é muito ligada a religião, acha alienado quem frequenta e prefere ajudar as pessoas do seu jeito. Ele é fera em matemática e domina os números como poucos. Ela é viciada em português e escreve redações e textos admirados por muita gente. Eles pensam diferente em tudo, mas compartilham do mesmo desejo: nunca se apaixonar. Eu sei, eu sei - você já tá lendo e pensando: “mais uma historia que um se apaixona pelo outro e se dão bem no final”. Não. Essa historia é de um amor não correspondido. A patricinha estudada se apaixonou pelo moleque que não quer nada! Ela, tão inteligente, tão cheia de estudos, sabe quase tudo de leis, fala 4 línguas, faz muay thai, zumba e malha três vezes por dia. Ela, focada 130% nos estudos, quando viu, se apaixonou pelo menino que só queria brincar, que não ligou pra ela, depois da noite intensa de sexo. O menino que a beijou em uma semana e falou coisas bonitas, mas na semana seguinte estava falando as mesmas coisas pra outra guria! Essa história, meu amigo, é da patricinha que gostou do vagabundo e não teve a sorte de ser correspondida. Ela chorou calada por várias noites, tendo que abafar o som com o travesseiro. Ninguém podia saber que ela gostava daquele menino idiota. Ela sofreu sozinha por meses. Prometeu nunca mais se apaixonar, nunca mais se iludir com palavras bonitas. Aquele menino, sem saber, fez um coração frio, quase petrificar de gelo. Ela decidiu não sofrer mais por homem nenhum. Sobre o menino, você não vai mais ler nada, ele foi só um cara que fez ela de trouxa e sumiu da história e continuou sua vida. Não sofreu consequências por isso até aqui. Talvez, alguém faça isso com ele, ou não. Mas não é aqui, nessa história que você vai ficar sabendo. O que você tem que saber é que a patricinha se formou, virou juíza, ganhou muito dinheiro e engravidou de um sexo casual que ela teve por aí! Ela acaba de descobrir que a criança que ela espera é um menino. Ela, que jurou ódio mortal aos meninos, que espalhou para todas as amigas que mulher é independente e não precisa de homem nenhum pra ser feliz, que falou que homem nenhum no mundo presta, via-se apaixonada, completamente apaixonada por aquele serzinho. Um menino veio pra mostrar pra ela que nem todo mundo é igual. Que a gente se decepciona mesmo, nem todo mundo tá na mesma vibe, nem todo mundo presta, nem todo mundo supre as expectativas que criamos. Mas, queridona, é levantar a cabeça, retocar a maquiagem e seguir na balada, porque só cai e tropeça quem levantou da cama pra aproveitar a vida. Amores não correspondidos são oportunidades pra amar de novo e de novo, até entender que a gente ama, até quando não quer. Alguém vai amar a gente e não vamos corresponder. Pára, por favor, de julgar um pelo erro do outro. Se permita aceitar que cada ser humano é diferente, e você vai se ferir com um ou outro. Se ame a tal ponto que, quando não for correspondido, faça um brinde com seus amigos e diga, em alto e bom som, “quem saiu perdendo foi aquele mané!"

Autor: Luiz Felipe Paz

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Você é o cara!


Você é o cara que mais me ensinou nessa vida. Meu time de futebol... quantas memórias loucas, da gente sentado em frente à TV, você gritando quando era gol, ou aquele silêncio estranho quando perdíamos. Acho que nem importava muito o resultado, o legal era dividir aquela paixão com você. Lembro-me de acordar aos domingos e ver você sentado no sofá, torcendo por Ayrton Senna. Lembro-me do brilho nos olhos quando falava dos jogadores do passado e de como eram melhores que os da minha geração. Eu nem concordava, mas ia aprendendo a amar o futebol por sua causa. Lembro de quando você ia torcer por mim, de ver você na arquibancada, gritando e vibrando pelas minhas jogadas. Eu era igual aos outros meninos, mas você me fazia sentir ser o maior jogador do mundo. Eu batia no peito e dizia “pro meu pai, eu sou o melhor”. Lembro de como você me ensinou algumas brincadeiras de rua. De quando jogávamos bete, pique-pega, pique-esconde e quando você me dava pezinho para eu subir nas árvores de jambolão, para pegar as frutinhas mais doces. Quantas vezes éramos nós dois, sendo um time, contra outros dois, numa rua deserta, quatro chinelos e a imaginação de estar no Maracanã. Você foi meu Zico, meu Pelé. Foi meu Chico Buarque, Meu Caetano. Você foi meu Wiliam Shakespeare, foi meu Luís Fenando Verissimo. Você foi meu professor de matemática nas tabuadas que tomava, o professor de história, nas histórias da vida que me contava. Você foi muitas coisas e, principalmente, você foi um amigão! Lembro com carinho das nossas viagens, a gente num carro, você guiando e nos contando histórias, muitas repetidas, mas tínhamos o mesmo interesse. E não importava se enfrentava minotauros e monstros ou se era sobre sua infância, jogando bola descalço, nós adorávamos. Adorávamos as músicas e as brincadeiras. Eu adorava subir nas suas costas e você me impulsionar, jogando pra frente e eu voar e cair na água. Me sentia o máximo. Aí você jogava meus irmãos e repetia aquilo várias vezes. Lembro de sentar no quiosque da praia e beber aguá de coco, e você inventar várias histórias de como a água entra para dentro do coco. Sua imaginação, sua criatividade e a sua vontade de fazer a gente se encantar com tudo, me fez ver o mundo da maneira que vejo hoje. A gente cresce, o tempo passa... Lembro-me de chegar e contar para você sobre minha primeira vez. Estava morrendo de vergonha e você, com aquele jeito seu de fazer tudo parecer tão normal, me deu conselhos, me apoiou. Como apoiou em várias decisões que tomei. Você era meu porto seguro, para quem eu corria quando alguma coisa acontecia. E era o monstro que me dava medo quando as notas eram ruins. Quando somos moleques, não entendemos o porquê de algumas brigas, de alguns puxões de orelhas. A gente amadurece e, com o tempo, passa a entender. Eu ficava impressionado como você conseguia fazer as pessoas gostarem de você. De como fazia todo mundo se dar bem, como acolhia a qualquer um, como era elo entre os diferentes. Eu sempre observei isso, e tento ao máximo colocar em prática esse tanto de coisas que aprendi com você. Você é O Cara, o cara foda com as palavras, que me ensinou a amar a escrita, as letras e esse mundo da imaginação. O cara malandro que, com jeitinho e lábia, consegue resolver as coisas. Você é o cara que acredita nos meus sonhos, que torce pelos meus irmãos. Que incentiva, que sabe a hora de falar não. Que sabe o momento exato de dizer “se quiser, faz, mas não foi isso que eu te ensinei”. E fazer com que eu pense duas vezes antes de qualquer atitude que pudesse te magoar. Você é o cara que me ensinou tudo isso, mas nunca me obrigou a seguir seus passos, sempre me deu liberdade para fazer o meu caminho, da maneira que eu quiser. Pai, meu grande amigo, meu irmão mais velho, meu professor, meu zagueiro e meu escritor. Obrigado por me ensinar tanta coisa, por me fazer ver o mundo sem a maldade que as pessoas exigem. Obrigado por acreditar em mim, por me fazer amar meus irmãos e por me ensinar a ter tantos amigos de verdade por perto. Eu quero ser pros meus filhos, o pai que você foi pra mim. Quero que eles possam olhar pra mim e ter o mesmo olhar que eu tenho por você. Uma lágrima escorrer, o peito arder de orgulho, e apontar para todo mundo e dizer: “cara, aquele cara, que é O Cara, é meu pai!"

Autor: Luiz Felipe Paz