terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Quer dançar na chuva?



Você quer dançar na chuva? E me abraçar toda molhada? Quer me beijar na boca, me tirar a roupa e deixar rolar?!! Olhos fechados, mão na sua bunda, uma intensidade fora do normal e pingos no meu rosto.  Medo de abrir os olhos e ver que aquilo é um sonho. Sinto a chuva cair, você me aperta ao gozar, minhas costas ficam cravadas com a sua unha e meus lábios sentem a sua mordida de prazer e mesmo assim ainda parece ser um sonho. Você tem orgasmos, joga a cabeça pra trás e parece querer sentir cada gota de chuva no seu corpo, você está em transe, curtindo aquele momento como nunca. Depois, parece voltar a orbita, você me abraça e diz que quer entrar, que está com frio. E, deitados na cama, você se aconchega em meu colo e me diz sobre as angustias de se entregar a mim. Nem tanto de corpo, mas a entrega de mente, alma e coração te causam medo. Eu sei, não pareço ser confiável agora e aquele temporal que antes era musica para o nosso sexo, agora reflete nossa estado emocional. Estamos confusos e cheios de duvidas. O sexo é o melhor que já fizemos e nossos corpos, como imãs, se atraem. E isso basta? O sexo perfeito é pretexto para se jogar em um relacionamento? Não, não é e sabemos disso. Nossa historia não começou agora e passamos por muita coisa. E depois de tanto tempo, nos procuramos. Nos olhamos e o amor é tão presente quanto os arranhões que você me deixou. O amor e o bom sexo não bastam, sabemos disso. Precisamos de mais. Precisamos de um bom dialogo, de confiança e de troca mutua de cumplicidade. Precisamos de conforto e certa liberdade, precisamos do outro e da ausência do outro, quando necessária. A gente se pertence, e somos daqueles casais que nunca deixarão de ser. Obras do destino para sempre buscar o outro, somos uma espécie de complemento. Você me preenche, eu te refaço. Você me bagunça todo. Prometemos dar um tempo para organizarmos os pensamentos e fazer do amor uma semente para o relacionamento lindo que temos que viver. A gente se veste, se beija devagar, te abraço me despedindo e meio que sorrindo te vejo partir, eu sei que vai voltar. Eu nunca tive tanta certeza na vida: meus braços e o seus ainda vão se cruzar e entrelaçar nossos destinos.  E juntos, prontos pra se entregar de corpo, alma, mente e coração, vou te olhar nos olhos, dizer que te amo e perguntar: Você quer dançar na chuva?


Autor: Luiz Felipe Paz