quarta-feira, 4 de junho de 2014

Não pedi!


Não pedi pra você entrar na minha vida. Não pedi pra me abraçar como me abraçou. Não pedi pra me cativar, pra me conquistar e pra me mostrar o que era o amor! Não pedi pra você falar baixinho em meu ouvido, e sussurrar safadezas que me fizeram arrepiar. Não pedi pra me beijar como outras bocas não beijaram, nem pra me acariciar como outras mãos não fizeram. Não pedi pra me mostrar um mundo novo, pra pegar na minha mão, nem pra me ensinar a voar. Não pedi pra você dormir no meu peito, na noite fria, nem pra esfregar seus pés gelados nos meus embaixo do cobertor. Não pedi seu amor, nem que curasse a minha dor. Não pedi pra me trazer paz, pra me mostrar que podia sempre mais. Não pedi pra me dar animo, pra me ensinar a me amar e me mostrar como o mundo tem coisas boas para serem descobertas. Não pedi pra me embebedar, me embriagar e me fazer querer mais. Não pedi suas músicas, que agora não paro de ouvir. Não pedi pra me apresentar seus amigos, que agora não consigo me ver sem eles. Eu não pedi você, não pedi ninguém. Eu estava bem sozinho e nem imaginava estar bem com alguém. Ai você chegou, sem pedir licença, só entrou na minha vida. Daquele jeito seu, furacão, que bagunça tudo e passa rápido. Você me levou a possibilidades que eu não imaginava, me apresentou cores que eu não conhecia e acordes que eu não sabia. Mostrou-me mares que nunca naveguei e alturas que nunca alcancei. Você se aproximou, abraçou, beijou, transou, me encantou e sumiu, numa velocidade alucinante, que meu corpo carece de mais, quer mais, pede mais e não se sacia com mais ninguém. A sua intensidade me ligou na tomada e agora eu quero mais. Eu não pedi nada disso. E agora, sem você, o único pedido que eu faria é: Vem de novo e me preenche. Só isso que eu peço, Volta e fica! Não foi culpa minha você me fazer querer você assim, de um jeito que não consigo mais não ter!

Autor: Luiz Felipe Paz

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