quinta-feira, 8 de maio de 2014
História moderna!
Ele, um moleque largado, sempre com bermuda, uma camiseta larga e um boné pra trás; e um carro velho, comprado com dinheiro suado do trabalho pesado que ele tem. Um cara simples, bem humorado e boa praça. Sempre cheio de amigos, sempre pronto pra fazer tudo por todo mundo. Um cara que bate no peito e diz “me apaixonar? Só se for pela vodca”. Ela, uma guria linda, com roupas de grife, maquiagem e salto alto. O carro que o pai deu, quando ela passou pra faculdade de direito. Uma menina que estudou diversos idiomas, visitou vários países e o pai dá tudo que ela quer. Ela bate no peito e diz “me apaixonar? Não tenho tempo pra essas bobeiras”. Ele e ela, opostos em pensamentos. Ele frequenta a igreja dia de domingo, acredita em Deus e faz dele seu guia. Ela não é muito ligada a religião, acha alienado quem frequenta e prefere ajudar as pessoas do seu jeito. Ele é fera em matemática e domina os números como poucos. Ela é viciada em português e escreve redações e textos admirados por muita gente. Eles pensam diferente em tudo, mas compartilham do mesmo desejo: nunca se apaixonar. Eu sei, eu sei - você já tá lendo e pensando: “mais uma historia que um se apaixona pelo outro e se dão bem no final”. Não. Essa historia é de um amor não correspondido. A patricinha estudada se apaixonou pelo moleque que não quer nada! Ela, tão inteligente, tão cheia de estudos, sabe quase tudo de leis, fala 4 línguas, faz muay thai, zumba e malha três vezes por dia. Ela, focada 130% nos estudos, quando viu, se apaixonou pelo menino que só queria brincar, que não ligou pra ela, depois da noite intensa de sexo. O menino que a beijou em uma semana e falou coisas bonitas, mas na semana seguinte estava falando as mesmas coisas pra outra guria! Essa história, meu amigo, é da patricinha que gostou do vagabundo e não teve a sorte de ser correspondida. Ela chorou calada por várias noites, tendo que abafar o som com o travesseiro. Ninguém podia saber que ela gostava daquele menino idiota. Ela sofreu sozinha por meses. Prometeu nunca mais se apaixonar, nunca mais se iludir com palavras bonitas. Aquele menino, sem saber, fez um coração frio, quase petrificar de gelo. Ela decidiu não sofrer mais por homem nenhum. Sobre o menino, você não vai mais ler nada, ele foi só um cara que fez ela de trouxa e sumiu da história e continuou sua vida. Não sofreu consequências por isso até aqui. Talvez, alguém faça isso com ele, ou não. Mas não é aqui, nessa história que você vai ficar sabendo. O que você tem que saber é que a patricinha se formou, virou juíza, ganhou muito dinheiro e engravidou de um sexo casual que ela teve por aí! Ela acaba de descobrir que a criança que ela espera é um menino. Ela, que jurou ódio mortal aos meninos, que espalhou para todas as amigas que mulher é independente e não precisa de homem nenhum pra ser feliz, que falou que homem nenhum no mundo presta, via-se apaixonada, completamente apaixonada por aquele serzinho. Um menino veio pra mostrar pra ela que nem todo mundo é igual. Que a gente se decepciona mesmo, nem todo mundo tá na mesma vibe, nem todo mundo presta, nem todo mundo supre as expectativas que criamos. Mas, queridona, é levantar a cabeça, retocar a maquiagem e seguir na balada, porque só cai e tropeça quem levantou da cama pra aproveitar a vida. Amores não correspondidos são oportunidades pra amar de novo e de novo, até entender que a gente ama, até quando não quer. Alguém vai amar a gente e não vamos corresponder. Pára, por favor, de julgar um pelo erro do outro. Se permita aceitar que cada ser humano é diferente, e você vai se ferir com um ou outro. Se ame a tal ponto que, quando não for correspondido, faça um brinde com seus amigos e diga, em alto e bom som, “quem saiu perdendo foi aquele mané!"
Autor: Luiz Felipe Paz
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